Com taxas de adesão à Greve superiores a 70% em todo o território continental e nos Açores, os trabalhadores das carreiras gerais e especiais do setor da saúde deram hoje um sinal claro de que estão dispostos a lutar pela melhoria das propostas apresentadas recentemente pelo Governo, pela revisão das carreiras, pela criação de carreiras específicas para os assistentes técnicos (técnico administrativo de saúde) e para os assistentes operacionais (técnico auxiliar de saúde), pelo pagamento do trabalho extraordinário, bem como pelo reforço de recursos financeiros e humanos que permita normalizar o funcionamento dos serviços.
De norte a sul do país, assim como nos arquipélagos dos Açores e também da Madeira (onde a Greve se realizou a 30 de junho porque hoje é feriado naquele território insular), milhares de consultas programadas ficaram por realizar, análises não se efetuaram nem foram marcadas, farmácias hospitalares, laboratórios, unidades de saúde familiar, centros de saúde e serviços de atendimento geral estiveram encerrados, e registaram-se constrangimentos em todos os serviços de prestação de cuidados de saúde não urgentes.ass
O SINTAP saúda todos os trabalhadores e trabalhadoras que, em prejuízo dos seus salários (em muitos casos já de si reduzidos), quiseram dar um sinal ao Governo de que estão de facto determinados em zelar pela dignificação das suas carreiras e pela recuperação do poder de compra que tem vindo a ser perdido ao longo dos anos.
Após o chumbo parlamentar da proposta redutora apresentada pelo PAN, que previa apenas a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde, o SINTAP espera que o Governo, já na reunião entretanto convocada para o dia 27 de julho, valorizando a negociação coletiva, apresente propostas abrangentes e que respondam de forma satisfatória aos problemas de todos os trabalhadores do setor da saúde e não procure apenas corresponder às exigências de alguns grupos profissionais.
O SINTAP, esperando que o Governo corresponda às justas reivindicações dos trabalhadores e evite outras jornadas de luta, partirá assim para a reunião de 27 de julho com as mesmas exigências que conduziram à convocação da Greve de hoje, nomeadamente: a valorização salarial que permita recuperar o poder de compra que vem sendo progressivamente perdido; a revisão das carreiras subsistentes e não revistas, como é o caso da carreira de técnico superior de saúde e da carreira de técnico superior de diagnóstico e terapêutica; a criação de carreiras específicas em todas as áreas do setor da saúde, como sejam as carreiras de técnico administrativo de saúde e técnico auxiliar de saúde para todos os assistentes operacionais; a adoção do vínculo único de emprego público, de modo a resolver as injustiças e a proceder ao reposicionamento remuneratório dos trabalhadores com Contrato Individual de Trabalho (CIT), com contagem total do tempo de serviço, evitando que trabalhadores com 20 e mais anos de serviço aufiram o salário mínimo nacional; o reforço do Serviço Nacional de Saúde, em termos financeiros e humanos; a valorização das carreiras de assistente técnico e assistente operacional e o pagamento do trabalho extraordinário.