No dia 8 de março assinala-se o Dia Internacional da Mulher, um dia que pretende celebrar os direitos que as mulheres conquistaram até ao dia de hoje, mas também relembrar que existe um caminho que ainda tem de ser percorrido, que se funde com a luta pela prevalência dos direitos humanos, até que seja alcançada a igualdade de direitos e oportunidades.
Por todo o mundo continua a ser necessário defender e lutar por causas como o direito ao voto, o direito à igualdade salarial, o direito à maior representação em cargos de liderança, o direito à proteção em situações de violência física e/ou psicológica, de assédio sexual e moral em contexto laboral ou o direito ao acesso à educação.
No nosso país, apesar do enquadramento legal existente consagrar a igualdade de direitos e de oportunidades e a não discriminação, é inegável que são demasiadas as vezes em que assistimos às dificuldades que as mulheres experimentam diariamente para terem o pleno usufruto dos direitos que lhes são garantidos, pelo que o SINTAP assume a vanguarda da luta pela ascensão económica, social e política das mulheres, pela erradicação da pobreza e da precariedade laboral enquanto realidades mais presentes para quem é mulher, pela eliminação definitiva da diferença de género enquanto fator de descriminação salarial e obstáculo para a ascensão no mercado de trabalho.
Num ano em que se comemorará o 50.º aniversário do 25 de Abril, não podemos esconder que Portugal é um país onde ainda existem crianças e jovens que são impedidas de ter acesso a um direito tão básico como a educação, onde a maternidade e o facto de serem maioritariamente as mulheres as cuidadoras, quer seja de crianças ou de idosos, mantêm-se como obstáculos para a contratação de trabalhadoras, as quais, não esqueçamos, são, na maioria das famílias, quem assegura os trabalhos domésticos, independentemente do maior ou menor desgaste ou duração da sua jornada laboral.
Mais em concreto, na Administração Pública, há também um caminho a percorrer, uma vez que, num setor onde, em cada 10 trabalhadores, 6 são mulheres, nos cargos de chefia e direção este rácio inverte-se, sendo ocupados maioritariamente por homens, com essa discrepância a ser mais evidente na Administração Local, onde apenas cerca de 30% dos lugares dos órgãos dirigentes superiores são ocupados por mulheres, sendo que nas IPSS e nas Misericórdias encontramos uma situação análoga, de grande discrepância entre o número de mulheres que trabalham nessas instituições e as que ocupam cargos de direção e chefia.
Pelo mundo fora, estas situações são também demasiado frequentes, pelo que temos todos, diariamente, de lutar para derrubar os obstáculos que impedem que muitos milhões de mulheres do mundo inteiro possam frequentar a escola, conduzir uma viatura, assistir a um espetáculo desportivo ou, simplesmente, sentirem-se seguras nos seus próprios lares e nos seus locais de trabalho.
Perante esta situação, o SINTAP, defensor intransigente da igualdade de direitos e de oportunidades e da não discriminação, reitera hoje o seu compromisso de sempre no que respeita à luta pela igualdade de género e pelo fim das injustiças, em todos os locais onde tem um papel interventivo, seja no seu funcionamento interno como no âmbito da sua atividade sindical nacional e internacional, com particular incidência para o combate ao assédio sexual e moral em ambiente laboral.
Pela igualdade e pela justiça! Viva o Dia Internacional da Mulher!
Assista AQUI ao vídeo que preparámos.